sábado, 30 de novembro de 2013

Ponto da Carol

Como ela mesma gosta de cantar:

"Ô leva Pai, leva o que não é pra ficar!
Ô leva Pai, leva o que não é pra ficar!
Leva embora a tristeza,
Leva embora toda a dor,
Leva embora o que é ruim
E devolve em dobro o amor!
Ô leva Pai, leva o que não é pra ficar!
Ô leva Pai, leva o que não é pra ficar!"

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Consciência Negra

Deus nos deu a oportunidade de nascermos no país mais rico.
O país que consegue harmonizar as pedreiras de Xangô, as águas dos rios de Oxum, as águas salgadas de Iemanjá e as matas de Oxóssi.
Como se já não fosse muito, temos o povo com a força de Ogum, capaz de vencer qualquer batalha e manter-se em pé após tantas guerras.
Mas então, onde está a paz de Oxalá?
Onde está a igualdade e harmonia que Ele nos ensina?
O Brasil não é apenas rico em natureza; é rico em pele: a pele vermelha dos primeiros habitantes, a pele branca do colono europeu, a pele amarela dos asiáticos e a pele negra da mãe África. E a partir dessas cores primárias, Deus fez sua maior obra de arte usando estas cores puras e combinadas para pintar um quadro magnífico chamado Brasil – sua obra prima.
Então, pergunto de novo: onde está a paz, a igualdade e harmonia de Oxalá? No país da diversidade, em que os orixás se sobrepõem, por que ainda somos reconhecidos pela cor da nossa pele?
A Umbanda é uma religião puramente brasileira, obtida da mistura de crenças e culturas. Uma mistura como os tons de nossas peles. E é por isso e para isso que a Umbanda nasceu: para que haja igualdade perante nossas diferenças e para que as diferenças sejam respeitadas. São essas diferenças que nos torna ricos.
E é para quebra o paradoxo da desigualdade racial que a Umbanda traz como modelo de caridade, harmonia e sabedoria, os nossos amados pretos velhos:
- Como exemplo de perseverança, o negro que lutou – e luta – pela sua liberdade;
- Como exemplo de amor, o negro sofrido na senzala que estende a mão ao próximo;
- Como exemplo de sabedoria, o negro que aprendeu pelas dificuldades e pela dor – física e emocional;
- Como exemplo de força, o negro que resistiu a todos os castigos dos “senhores” e ainda se manteve em pé;
- Como exemplo de fé, o negro que labutava no campo, dia após dia, mas cantava sua fé sem perder o fôlego, e que ainda tinha força no fim do dia para, escondido na senzala, demonstrar sua fé em Zambi e nos orixás, nas giras de candomblé;
- Como maior exemplo, então, o negro, na figura simples de um preto velho.
Lutemos por um dia em qe não só a Umbanda reconheça esse exemplo. Para que um dia as escolas ensinem sobre a importância dos negros em nossa sociedade e não sobre as algemas que os seguraram no passado.
Lutemos para que um dia, não se enxergue a cor da pele, mas sim o brilho dos olhos.
Lutemos para que um dia todos reconheçam e tenham orgulho de perceber nossas origens. Tenham orgulho de dizer: Branco, negro, pardo, não me interessa. Dentro da minha veia tenho a honra de carregar o sangue negro. E com um pouco deste sangue, também carrego a força, a fé, o poder e a humildade do povo mais belo que já pisou estas terras.
Saravá, meus pretos velhos.
Salve a Umbanda.
Salve a raça negra que tanto nos ensina.
Salve a miscigenação das raças que faz de mim um pouco de você, e de você, um pouco de mim.

sábado, 16 de novembro de 2013

E o que seria do mundo sem as mulheres?

E o que seria do mundo sem as mulheres?
Provavelmente o Arco Iris seria em preto e branco.
No céu, a lua apareceria sozinha, sem a companhia das estrelas que encantam aos olhos de todos.
Não haveria ondas no mar.
Os campos seriam de uma vegetação verde fascinante, mas sem a graça dos botões de flores.
As casas seriam apenas casas, nunca um Lar.
O silêncio dos corações seria ensurdecedor.
O mundo não conheceria o afeto maternal, a força sobrenatural das leoas, o encanto escancarado em cada um de seus sorrisos, a fascinante capacidade de ser tudo e fazer tudo, mas se colocar em posição de companheira. E não conheceria a leveza e graça com que levam a vida, apesar das lutas travadas diariamente.
E o que seria a Umbanda sem as mulheres?
Os pontos não trariam a doçura de suas vozes, que reflete o amor impregnado em cada fibra de seu ser.
Os trabalhos não teriam a delicadeza e o cuidado com os detalhes que as mulheres trabalham de forma quase invisível aos olhos desavisados.
E as preces talvez tivessem menos poder, porque quando uma mulher pede algo e deseja aquilo de toda sua alma, eleva tanto sua vibração a ponto de conversar diretamente com o coração dos anjos que nos circundam e que se encarregam de se apiedar de nossas lamúrias e levar até Deus aquele pedido sincero de ajuda.
O que existiria sem as mulheres? Uma obra tão inacabada, pela metade, que Deus não permitiu que se tornasse realidade.
Que a delicadeza da flor e a força da rocha nunca deixem de habitar esses seres iluminados.
Axé, força e fé!
 Medium Vanessa – Terreiro da Vó Benedita
Carol – 14/11/2013